Poderia eu, administrar minha escola de inglês, a FFA, a partir de qualquer lugar do mundo?
Como não tinha mais certeza de que queria ser professora universitária no Brasil e entrando na fase de ninho vazio, não pensei muito dessa vez, tinha o passaporte em dia, o visto americano, alguma reserva financeira e muita coragem. Ia me mudar para os Estados Unidos e ver o que o futuro poderia me desvelar ali.
Escolhi a cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, como sala de aula da minha escola digital. Cheguei aqui em março de 2022, pouco tempo depois da defesa da minha tese, parecia que eu estava pronta para essa experiência e, de fato, estava. Apesar de tantas dificuldades inerentes a estar em outro país, tudo vem se encaixando por aqui como um quebra-cabeça, onde as
peças vão formando uma linda paisagem.
Minha missão não é somente ensinar inglês – nunca foi -, mas promover interesse do aluno pela língua, respeito pelas culturas do mundo, apreciação pela história e cultura do outro e Nova Iorque é a cidade ideal para meu momento, não tenho dúvida disso.
Pensando na minha trajetória profissional, nas minhas escolhas e refletindo o que me faz ter tanto prazer e compromisso com minha profissão docente, apesar de tantos percalços, diria que me reconheço como uma professora mediadora, pesquisadora e mentora.
Mediadora pois promovo um ambiente nas aulas onde exista a escuta afetiva entre os alunos e um ambiente de sala de aula onde o processo de aprendizagem ocorre enquanto o aluno se sente acolhido, ouvido, livre para expressar sua voz, sua história, suas ideias enquanto aprende. Assim, o processo de aprendizagem se torna muito mais significativo, the meaningful learning, teoria defendida por David Ausubel e por mim, em meus estudos.
Segundo, sou uma professora pesquisadora, em todos os aspectos da docência, quero aprender novas tecnologias para o ensino e para o aprendizado do meu aluno, quero ouvir outros professores e aprender com eles, leio constantemente pois para mim a docência é aprendizado constante e por toda a vida, em inglês, life long learning. Quero sempre aprender mais para ensinar. Não sei todas as regras gramaticais da língua inglesa nem da língua portuguesa, aprendo junto com meu alunos e me sinto muito orgulhosa disso.
Por fim, me vejo como mentora. Mostro caminhos, conduzo meus alunos ao hábito de estudarem sozinhos, mostrando recursos digitais, a importância da disciplina e das metas para alcançar os objetivos pessoais. Desse modo, levo meus alunos a terem autonomia e a se tornarem protagonistas do seus aprendizados, assim como são de suas vidas.
Aqui em Nova Iorque, tenho o privilégio de, além de gerenciar a FFA remotamente, ser professora de inglês como segunda língua (English as a Second Language/ESL) em uma escola internacional, onde tenho alunos de mais de vinte nacionalidades. Não só ensino, mas proporciono experiências, fazendo o máximo do que a linda e multicultural cidade de Nova Iorque pode oferecer.
Meus alunos na Spanish-American Institute em Manhattan.
Visita às Nações Unidos (ONU) com alguns dos meus alunos (julho de 2024)
Ninguém sabe o que o futuro reserva para cada um de nós. Acolhi as incertezas e estou planejando menos dessa vez. Continuo focada em ter uma vida mais digna financeiramente e sem tantos desafios para sobrevivência como tive no passado. Estou na chamada terra das oportunidades, estou jogando algumas cartas em relação a minha carreira profissional. Espero que Nova Iorque me entregue o que há de melhor, recebendo a valorização financeira que um professor merece, pois o reconhecimento dos meus alunos ao longo da minha trajetória eu já tenho. Paixão pelo ensino e pelo processo de aprendizagem dos meus alunos e de suas histórias, eu sempre tive e tenho.
Aqui estou, Nova Iorque, fazendo a minha parte, mas como nos disse Frank Sinatra, “it’s up to you”: agora depende de você me dar o que tem reservado para mim.
Adaptado por :
Professora:
Teacher Susie
Director of Studies (Dos) –
Teacher e Diretora pedagógica da Fully Fluent Academy.